Eis a grande resposta deste homem de carácter a uma situação delicada
Penélope, no Aspirina B: Setembro avança e a traição, que já foi deslealdade, passa a crime
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Crime é uma palavra forte. Está visto que a «elegância» de que Seguro se orgulhava no seu modo de fazer oposição ao Governo não se aplica de todo ao combate interno. E é aí que reside e sempre residiu o problema. Elegância para o governo mais subserviente, impreparado e insensível de sempre, ódio e acusações para grande parte dos militantes do seu partido.
Se o desespero já o leva a falar de crime, então houve um erro que Seguro jamais se perdoará ter cometido: não ter consagrado nos novos estatutos do partido o crime de contestação da liderança, que merecesse como pena mínima a expulsão e como pena máxima a decapitação na praça pública. Assim, ninguém se atreveria. Este erro ter-lhe-e-á sido fatal. Além de o ter obrigado a plantar um cravo sem perceber de jardinagem.
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